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O facto de ser ilegal ou não, não possui qualquer importância para quem está tão desesperado que equaciona a própria morte. Não é possível legislar sobre a dor pelo que tornar o suicídio ilegal não impede que quem esteja desesperado tenha sentimentos suicidas ou atente contra a sua própria vida. O facto de ser um acto ilegal só poderia deixar mais isolado quem o equaciona, já que a maioria das tentativas de suicídio são mal sucedidas, deixando assim quem o tenta numa posição ainda pior sendo agora considerados também criminosos. Em alguns países o suicídio é considerado um acto ilegal e noutros não o é.  Em Portugal, o “incitamento ou ajuda ao suicídio” e “propaganda do suicídio” é considerado crime. Até 1961, o suicídio era considerado crime em Inglaterra.

Conversar, conversar, conversar. Como pode uma conversa ajudar?

Embora não sendo solução, perguntar a alguém e fazê-lo falar sobre o que sente atenua significativamente os seus sentimentos de isolamento e angústia, reduzindo, assim, o risco imediato de tentativa de suicídio. Quem se interessa pode ter relutância em falar sobre o suicídio por ser um assunto tabu.  É importante procurar ajuda para a resolução dos problemas, o quanto mais rápido melhor; sejam eles emotivos ou psicológicos. Quem já tentou o suicídio corre o risco de o voltar a tentar, pelo que é importante o tratamento de sequelas antigas, com a ajuda de profissionais médicos ou apoio.  Alguns assuntos poderão nunca ser completamente resolvidos com o apoio, mas um psicoterapeuta poderá ajudar a lidar pela positiva com os problemas presentes e ensinar a desenvolver métodos e estratégias para lidar com problemas futuros. 

E eu, corro este risco?

É bem possível que algumas pessoas que lêem isto poderão, um dia, tentar o suicídio, eis, então, um exercício rápido de prevenção de suicídio: elabore uma lista de 5 pessoas com quem poderá conversar quando se encontrar em situação de desespero colocando a pessoa preferida no topo da lista. 

Elabore um “pacto de não-suicídio! Consigo próprio prometendo que se alguma vez estiver em risco de cometer suicídio procurará cada uma das pessoas mencionadas na sua lista e falar-lhes-á do que está a sentir; e que se alguém não o ouvir continuará a falar com os restantes até que haja alguém que o ouça. Muitas pessoas que tentam o suicídio encontram-se em situação de desespero tal que não conseguem, no meio da crise, encontrar alguém a quem procurar ajuda, pensar antecipadamente num leque de pessoas próximas que podem ouvir e proporcionar essa ajuda é uma vantagem em futuras situações de angústia. 

Como funcionam os serviços de apoio telefónico?

Os serviços de atendimento telefónico variam entre si, mas na sua generalidade garantem o anonimato e oferecem a possibilidade de falar sobre o problema do suicídio com voluntários escutantes, sem a pressão de uma conversa face-a-face. 

Falar sobre o problema com alguém desconhecido que se interessa pode ser um grande auxílio em situações de crise ou se se preocupa com alguém que se encontra nesta situação. Os voluntários escutantes estão habilitados e podem dar indicações acerca dos locais especializados onde poderá dirigir-se para obter a ajuda ou tratamento específico. Não tem que esperar até que a crise se agudize ou até que haja uma tentativa real de suicídio para procurar este tipo de serviços. 

A procura deste tipo de apoios telefónicos varia, por isso é importante que se não conseguir falar com um tente outro e outro até conseguir o que pretende. Normalmente conseguirá à primeira obter ajuda, mas não desista pois é uma vida que está em jogo. Muitos suicidas não imaginam que a ajuda pode estar tão perto, ou não lhes ocorre ligar para o apoio porque a sua angústia é de tal forma elevada que lhes tolda a visão desta opção. 

Sinto-me pouco à vontade com o assunto. Como lidar com a situação?

O suicídio era, tradicionalmente, um tema de tabu nas sociedades ocidentais, que levou ao seu encobrimento só piorando o problema. Mesmo após as suas mortes, as vítimas de suicídio não eram enterradas próximo das outras nos cemitérios, como se tivessem cometido um pecado. Podemos dar grandes passos no contributo para a redução das taxas de suicídio começando por aceitar as pessoas tal como elas são, acabando com os tabus sociais falando sobre as ideias de suicídio, e dizendo às pessoas que é legítimo equacionarem o suicídio quando se sentem no limite. Só o facto de falarem sobre o que sentem ajuda a reduzir a sua angústia, começando a ver outras opções e reduzindo as probabilidades de tentativa de suicídio.

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