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O terçolho, também conhecido como hordéolo, é uma inflamação comum das glândulas das pálpebras, que origina uma protuberância vermelha e dolorosa geralmente junto à base dos cílios. Embora à primeira vista possa parecer apenas uma borbulha nos olhos, trata-se de uma infeção local provocada por bactérias, normalmente do género Staphylococcus. Este problema pode afetar pessoas de todas as idades e costuma ser bastante incómodo, tanto por razões estéticas como pelo desconforto físico. Neste artigo, vamos aprofundar as causas, sintomas e, sobretudo, os tratamentos mais eficazes para lidar com o terçolho e acelerar a sua recuperação.

O que é o terçolho e como se manifesta?

O terçolho é uma inflamação aguda e localizada das glândulas sebáceas de Zeiss ou Meibómio, situadas ao longo da margem das pálpebras. Geralmente é causado por uma infeção bacteriana, mais frequentemente por Staphylococcus aureus, uma bactéria comum na pele humana. A acumulação de sebo, células mortas e sujidade pode bloquear estas glândulas, favorecendo o aparecimento da infeção.

Os principais sintomas do terçolho incluem:

  • Inchaço vermelho e doloroso na margem da pálpebra
  • Sensibilidade ao toque
  • Comichão ou sensação de corpo estranho no olho
  • Lacrimejar excessivo
  • Fotofobia (sensibilidade à luz)
  • Eventual presença de secreção purulenta

É importante distinguir entre o terçolho externo, que afeta a base dos cílios, e o terçolho interno, que se desenvolve nas glândulas situadas mais internamente na pálpebra. O externo é mais visível, enquanto o interno pode provocar inchaço mais profundo e dor intensa.

Embora o terçolho não seja geralmente perigoso, pode tornar-se mais grave se não for tratado correctamente, levando à propagação da infeção e até ao desenvolvimento de complicações como o calázio — uma inflamação crónica e indolor das glândulas de Meibómio.

Tratamentos eficazes para o terçolho

O tratamento do terçolho pode ser feito em casa, na maioria dos casos, embora existam situações em que é necessário recorrer a assistência médica. A abordagem correcta pode acelerar significativamente a recuperação e reduzir o desconforto. De seguida, descrevemos os tratamentos mais eficazes baseados em evidência clínica e boas práticas de higiene ocular.

1. Compressas quentes

Esta é a primeira linha de tratamento recomendada. A aplicação de compressas mornas sobre o olho afetado, várias vezes ao dia, durante 10 a 15 minutos, ajuda a fluidificar a secreção e estimular a drenagem natural das glândulas bloqueadas. Deve-se usar água morna (nunca muito quente) e compressas limpas. Após cada aplicação, é importante descartar o pano ou lavá-lo cuidadosamente para evitar reinfeções.

2. Higiene palpebral

Manter as pálpebras limpas é crucial não só durante a presença de um terçolho, mas também para evitar que ele reapareça. Utilizar produtos específicos para higiene ocular, como toalhitas oftálmicas ou soluções com pH neutro, pode remover impurezas, sebo e células mortas que se acumulam na margem das pálpebras.

3. Evitar maquilhagem e lentes de contacto

Durante o período de inflamação, é fundamental evitar o uso de maquilhagem e lentes de contacto. Estes produtos podem agravar a infeção e dificultar a cicatrização. A maquilhagem, em particular, pode conter germes ou substâncias irritantes que intensificam a inflamação.

4. Não espremer o terçolho

Embora possa ser tentador, nunca se deve tentar espremer ou furar um terçolho. Isto aumenta o risco de espalhar a infeção para outras áreas do olho ou para a circulação sanguínea. O esvaziamento deve ser natural, promovido pelas compressas quentes e tempo de recuperação natural.

5. Antibióticos tópicos ou orais

Se o terçolho não melhorar após alguns dias com tratamentos caseiros, o oftalmologista poderá prescrever pomadas antibióticas ou, em casos mais graves, antibióticos orais. Também poderá ser recomendada uma pomada com corticoide, caso haja inflamação significativa, mas sempre sob prescrição médica.

6. Pequenas cirurgias locais

Em casos em que o terçolho evolui para calázio ou não desaparece com o tempo, pode ser necessário fazer uma pequena intervenção cirúrgica. Este procedimento é seguro, simples e realizado sob anestesia local, com o objetivo de drenar o conteúdo acumulado da glândula bloqueada.

7. Prevenção

Após o desaparecimento do terçolho, é essencial adotar rotinas preventivas para reduzir a probabilidade de novos episódios. Estas incluem:

  • Lavar as mãos sempre antes de tocar nos olhos
  • Não partilhar toalhas, produtos de maquilhagem ou lentes de contacto
  • Remover sempre a maquilhagem antes de dormir
  • Evitar ambientes com poeira e partículas irritantes
  • Consultar um oftalmologista em caso de reincidência frequente

Em crianças, é comum a repetição de terçolhos devido à tendência de coçar os olhos com as mãos sujas. Os pais devem estar atentos à higiene e educar sobre a importância de não tocar nos olhos frequentemente.

Por fim, é relevante mencionar que algumas pessoas têm uma predisposição hereditária para desenvolver terçolhos, especialmente quem tem doenças de pele como a rosácea ou blefarite. Nestes casos, o acompanhamento oftalmológico regular é recomendado.

O terçolho é uma afeção ocular bastante comum, mas que pode ser tratada eficazmente com medidas simples em casa, como a aplicação de compressas mornas e a melhoria da higiene ocular. No entanto, se os sintomas persistirem ou se houver agravamento, é fundamental consultar um profissional de saúde visual para evitar complicações. A prevenção é igualmente importante, sobretudo nos casos de reincidência frequente. Manter a higiene das pálpebras, evitar o uso de maquilhagem contaminada e proteger os olhos de agressões externas são passos fundamentais para preservar a saúde ocular. Assim, ao adotar estes cuidados, é possível lidar com o terçolho de forma mais tranquila e rápida.

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